Glossário LITDIGBR

Arqueologia das mídias

Pablo Gobira

A arqueologia das mídias explora a temporalidade, materialidade e ecologia das mídias, rompendo com a visão de progresso histórico linear. Influenciada por uma epistemologia pós-estruturalista, investiga descontinuidades, resíduos tecnológicos e interações entre saberes, destacando autores como Zielinski, Huhtamo e Parikka, em diálogo com ciências da terra, vida e cultura.

Arqueologia das mídias é um campo com uma forte presença no pensamento sobre a mídia, sobre a filosofia da tecnologia, sobre as artes, dentre outras áreas nos últimos 30 a 40 anos. Autores importantes desse campo são Siegfried Zielinski (1951-), Erkki Huhtamo (1958-), Wolfgang Ernst (1956-), Jussi Parikka (1976-), entre outros.

É um campo de conhecimento que estabelece interfaces com outros campos científicos, tais como as ciências da terra e as ciências da vida, além de o seu enfoque envolver as mídias do cotidiano na sua dimensão temporal. Mas também temos: o estudo dos dispositivos tecnológicos (analógicos e digitais) e culturais; a abordagem de modo a não considerar progressividade histórica; o estudo dos resíduos tecnológicos da perspectiva material; a ecologia das mídias em ecossistemas pensando os agenciamentos entre elas; as perspectivas de remediação das novas mídias incorporando as anteriores; dentre outras noções e reflexões.

Devido a essa constituição epistemológica no tratamento da realidade e de seu objeto, as pesquisas e o pensamento sobre a arqueologia das mídias estão próximos à epistemologia pós-estruturalista devido a vários aspectos, dentre eles: a compreensão de descontinuidades; os fluxos variados trocados entre os saberes do pesquisador e do seu objeto; a multiplicação de razões; a diversidade das narrativas universais; dentre outros.

COMO CITAR ESTE VERBETE:

GOBIRA, Pablo. Arqueologia das Mídias. In: CATRÓPA, Andréa; PEREIRA, Vinícius Carvalho; ROCHA, Rejane (Org.). Glossário LITDIGBR – Literatura Digital Brasileira. 2025. Disponível em: https://glossariolitdigbr.com.br/arqueologia-das-midias/ Acesso em: dia/mês/ano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNDAMENTAIS

Este capítulo apresenta uma discussão sobre o contexto da sociedade atual, de sua materialidade, da lógica do trabalho e da propagação virótica dos memes na formação da “cultura da rede”.

O capítulo traz uma análise da conformação da chamada “geologia das mídias”. No texto são revelados elementos da camada temporal atual do planeta e como ele se torna um composto de mídias.

No livro o autor traz noções essenciais e examina a formação do campo, sendo uma ótima introdução a seus diversos aspectos.

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