Glossário LITDIGBR

autoras
latino-americanas

Nohelia Meza

As contribuições de mulheres na literatura eletrônica têm sido visibilizadas por iniciativas como bancos de dados, exposições e publicações. Estudos destacam diálogos transculturais e perspectivas feministas, mapeando criadoras em contextos globais e latino-americanos, evidenciando riqueza cultural e linguística.

As contribuições artísticas e acadêmicas de diversas comunidades de mulheres têm marcado presença na literatura eletrônica em nível internacional há mais de 50 anos. Nas últimas décadas, sua visibilização ganhou mais força graças ao desenvolvimento e à disseminação de bases de dados, arquivos, antologias, coleções, exposições e festivais. Essas ações de comunidade e diálogo não apenas desempenharam um papel primordial ao mapear os agentes de criação e produção artística existentes, mas também contribuíram sobremaneira para revelar e criar vínculos entre diversos contextos culturais e linguísticos, que antes se consideravam distantes, complexificando assim os aspectos transculturais, transnacionais e transdisciplinares presentes em diversas literaturas eletrônicas.

As pesquisas sobre esse tema começaram no mundo anglo-saxão com o livro #WomenTechLit (Mencía, 2017), que recompila artigos escritos por mulheres sobre literatura eletrônica no campo internacional. Desde essa publicação, várias propostas foram desenvolvidas; no contexto hispânico, por exemplo, cabe destacar os trabalhos incluídos nos livros: Ciberfeminismos, tecnotextualidades y transgéneros: literatura digital en español escrita por mujeres (Navas; Romero, 2023) e Voces encendidas: mujeres, arte y tecnología (Goicoechea; Sánchez, 2023). Ambos os volumes reúnem contribuições pertencentes a distintos âmbitos artísticos e humanísticos. No que se refere ao sul global, é preciso mencionar o estudo pioneiro Latin American Electronic Literature Created by Women/Literatura Electrónica Latinoamericana Creada Por Mujeres (Pitman, 2019), que enfatiza o trabalho de artistas e escritoras-chave não apenas no contexto latino-americano, mas também latinx. Por sua vez, a contribuição Women Creators of Latin American Electronic Literature: A Geographical Overview (Meza, 2020) apresenta um panorama geográfico a partir de um mapeamento em diferentes bases de dados internacionais, destacando entre seus resultados o surgimento das primeiras mulheres tradutoras de literatura eletrônica na América Latina (do português para inglês; e do espanhol para o francês). Do mesmo modo, Reescrituras femeninas en el dominio digital. Cartografías, genealogías y lecturas latinoamericanas (Kozak, 2023) apresentam uma cartografia e genealogia de mulheres criadoras de obras digitais produzidas na América Latina, sob uma interessante perspectiva decolonizadora e feminista. Finalmente, ao nível de bases de dados internacionais e multilíngues, encontra-se a coleção International Electronic Literature by Women Authors 1986-2024 (Zalbidea, 2014). 

As publicações mencionadas são uma prova contundente, por um lado, dos esforços coletivos para mapear uma produção de literatura eletrônica escrita por mulheres existente há décadas, e, por outro, do potencial cultural, linguístico e tecnológico ainda por explorar nessa linha de pesquisa.

COMO CITAR ESTE VERBETE:

MEZA, Nohelia. Autoras latino-americanas. In: CATRÓPA, Andrea; PEREIRA, Vinícius Carvalho; ROCHA, Rejane (orgs.). Glossário – LITDIGBR – Literatura Digital Brasileira. 2025. Disponível em: https://glossariolitdigbr.com.br/autoras-latino-americanas/ Acesso em: dia/mês/ano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNDAMENTAIS

O livro conta com mais de 15 contribuições de críticas literárias e artistas experimentais no âmbito hispânico. Está dividido em duas partes: 1) Reflexões críticas sobre a experimentação artística e tecnológica a partir da perspectiva feminina e 2) Vozes acesas: práticas artísticas em primeira pessoa.

Em primeiro lugar, o artigo propõe uma cartografia e genealogia da literatura eletrônica latino-americana no feminino. Em uma segunda parte, a autora analisa duas obras específicas: Epithelia (1997-1999), de Mariela Yeregui, e Mi tía abuela (2018), de Frida Robles, com o objetivo de explorar a posicionalidade da mulher nas tecnoculturas contemporâneas.

Este livro pioneiro reúne as perspectivas de 28 mulheres envolvidas na crítica e criação de literatura eletrônica em nível internacional. Seus eixos de discussão são: a prática criativa como pesquisa, a documentação das primeiras coleções de obras artísticas e literárias e, por último, as perspectivas históricas passadas e futuras do campo.

Este artigo apresenta um panorama geográfico de 43 mulheres criadoras de literatura eletrônica latino-americana por meio de um histograma que aponta as possíveis relações entre o país de nascimento, o ano de lançamento de sua primeira obra e as ferramentas tecnológicas utilizadas em suas criações.

O livro conta com mais de 15 contribuições de acadêmicas e criadoras de literatura eletrônica no âmbito hispânico. Está dividido em quatro partes: 1) Cartografias transatlânticas, 2) Com voz própria, 3) As vozes da crítica e 4) As autoras e suas leitoras: o fenômeno fã na rede.

Esta publicação pioneira destaca o trabalho de artistas-chave não apenas no contexto latino-americano, mas também latinx, ao mesmo tempo em que convida a refletir se é pertinente continuar utilizando a vaga definição de “e-poetas” para referir-se a essas artistas de maneira geral.

Esta base de dados tem como objetivo compilar a produção criativa e crítica de mulheres de diferentes nacionalidades desde 2014 até o presente. A base de dados é de acesso aberto, constantemente atualizada e hospedada no site da ELMCIP (Electronic Literature as a Model of Creativity and Innovation in Practice) da Universidade de Bergen, Noruega.

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