Glossário LITDIGBR

PLATAFORMAS DE STREAMING DE LIVROS

Cassia Furtado

Streamings de livros oferecem bibliotecas digitais de e-books e audiolivros por assinatura, surgindo em 2013 com Scribd e Oyster. São vistos como serviços que promovem o consumo hedônico e a formação de comunidades de leitura, incentivando a leitura e a formação de leitores.

Streamings de livros são serviços que oferecem uma biblioteca de livros digitais, transmitidos pela internet para consumo online, basicamente em formatos de e-book ou audiolivro, oferecidos em multiplataformas sociais, por meio de assinaturas. O streaming de livros entrou no mercado em 2013, pela plataforma Scribd e Oyster (Furtado, 2018).

Há mais de cinco séculos, convivemos com o livro, cuja representação mental nos remete a um objeto físico, no qual a tinta é impressa em papel e as páginas são unidas para formar o suporte físico. Apesar das mudanças que sofreu ao longo dos anos, o livro mantém o seu formato básico praticamente inalterado. Então, variações em um conceito profundamente simbólico sempre são difíceis e delicadas. Assim, streamings de livros ainda não possuem uma definição exata e unânime, pois se trata de um termo contemporâneo, que surgiu em decorrência do impacto da revolução digital nos setores culturais e de indústria criativa.

O streaming abalou toda a indústria cultural (música, cinema, televisão e livros), configurando-se como uma tendência atual e intersetorial em associação com recursos semióticos. No caso do streaming de livros, temos o oferecimento de texto, ilustração, som, animação e interação, o que altera toda a cadeia e o mercado editorial tradicional. Na atualidade, o streaming de livros passa a ser visto como um serviço (Hidalgo; Malagón, 2014) ou pode ser chamado de “literatura-serviço”, termo cunhado por Furtado (2018).

Nesse contexto, o streaming de livros está em consonância com a perspectiva do consumo hedônico, entendido como o comportamento de um indivíduo relacionado aos aspectos multissensoriais e emocionais da experiência de uso. Thompson (2021, p. 355) chama-o de bem de experiência, ou seja, “um produto ou serviço cujas características são difíceis de identificar antecipadamente: o consumidor tem de testar ou experimentar o bem, ou serviço para orientar suas escolhas”. Essas plataformas promovem o desapego ao símbolo de propriedade, pois maximizam o ato de experimentar e compartilhar sentimentos e significados subjetivos. Os streamings de livros incorporam o significado de comunidades e redes sociais, formando clubes de leitura, com interação entre os usuários, de forma online ou presencial e, assim, tornaram-se uma estratégia de incentivo à leitura e formação de leitores. 

COMO CITAR ESTE VERBETE:

FURTADO, Cassia. Plataformas de streaming de livros. In: CATRÓPA, Andréa; PEREIRA, Vinícius Carvalho; ROCHA, Rejane (Org.). Glossário LITDIGBR – Literatura Digital Brasileira. 2025. Disponível em: https://glossariolitdigbr.com.br/plataformas-de-streaming-de-livros/ Acesso em: dia/mês/ano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNDAMENTAIS

O capítulo do livro aborda o desenvolvimento cumulativo e irreversível da tecnologia da informação, com as webs 1, 2, 3…. e a transposição do livro para a tela. A autora sugere o abandono do conceito de livro, quando o enredo passa para o suporte digital, sendo permeado por recursos semióticos e multimídias. Assim, cunha o termo literatura-serviço, explicando que é o conteúdo literário, apresentado em ambientes de hipertextualidade, interatividade, multimodalidade, valendo-se da construção social, trocas e interações, que, somado às referências individuais, transforma a experiência emocional do interagente durante a atividade de leitura-escrita literária online.

Os autores questionam o termo livro, quando publicado em formato digital, e abordam o conceito de plataforma de serviços, na qual o texto é entendido como um produto inacabado, imaterial e em constante processo, resultante das interações humanas. Hidalgo e Malagón destacam que “partimos de uma abordagem de ‘livro como produto’ para o conceito de ‘livro como serviço” (tradução nossa).

Tompson aborda a transição de livros impressos para ebooks, trazendo para o debate o mercado editorial e fazendo comparações entre a indústria da música e a indústria do livro. Mostra, em paralelo, que o livro impresso continuará resiliente, com seu espaço marcado entre os leitores, e finaliza destacando o impacto das tecnologias no novo mundo de fluxos digitalizados de informação e comunicação.

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