WEB ARTE
Fabio FON
O termo web arte refere-se a criações artísticas específicas para a Internet, utilizando tecnologias e práticas digitais. Nem toda arte na Internet é web arte; esta deve ser intencional e crítica. Surgida nos anos 1990, a web arte inclui sites, ambientes virtuais e performances em rede, destacando-se como um campo independente da arte convencional.
O termo é usado para designar o campo de criações artísticas de/para a rede mundial de computadores – a Internet. O mesmo campo também recebe outros nomes: como internet art e net art, ou ainda, arte em rede e arte da Internet. Particularmente, o termo web arte faz referência à interface gráfica da Internet que é chamada de World Wide Web, ou simplesmente web; através desta acessamos os sites da rede. As produções desta esfera da arte contemporânea podem ser lidas a partir da intencionalidade de criar de forma específica para a Internet, implicando em apropriar-se de tecnologias, práticas, agenciamentos e/ou contextos concernentes às dinâmicas em redes digitais, podendo inclusive atuar de forma crítica, adversa e experimental. Nessa perspectiva, nem toda arte na Internet é web arte: o uso convencional e esperado da web – como museus ou galerias que divulgam pinturas, esculturas ou outras manifestações artísticas que independem do contexto digital – não se constitui em web arte. Neste campo, sites, ambientes virtuais ou páginas de redes sociais – para citar alguns formatos recorrentes – visam ganhar status de “obra” em si. Ações efêmeras, como performances em rede, também podem ser consideradas enquanto formato possível. Historicamente, a partir dos anos 1990, especialmente quando ocorre a abertura comercial da Internet em diversos países, muitos artistas adotam a rede mundial como meio de criação. No início, este campo de criação se favoreceu do entusiasmo que a própria Internet desperta na sociedade em seus primeiros anos e das expectativas de um meio mais independente aos circuitos convencionais de arte. No Brasil podemos citar algumas incursões pioneiras como Netlung (1996), site criado por Diana Domingues, Gilbertto Prado, Suzete Venturelli e Tânia Fraga; Lands Beyond (1997), de Celso Reeks e Thiago Boud’hors; Aller (1997), de André Vallias; e Corpos.org (1997), do Grupo Corpos Informáticos.

Simple Net Art Diagram, criado por MTAA, c.1997 – Icônico diagrama que propõe sintetizar o conceito de arte para a Internet.
COMO CITAR ESTE VERBETE:
FON, Fabio. Web Arte. In: CATRÓPA, Andréa; PEREIRA, Vinícius Carvalho; ROCHA, Rejane (Org.). Glossário LITDIGBR – Literatura Digital Brasileira. 2025. Disponível em: https://glossariolitdigbr.com.br/web-arte/ Acesso em: dia/mês/ano
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNDAMENTAIS
BULHÕES, Maria Amélia. Desafios: arte e internet no Brasil. Porto Alegre: Zouk, 2023.
Livro que congrega ampla pesquisa em torno dos impactos da Internet enquanto meio de criação e difusão da arte contemporânea no Brasil.
NUNES, Fabio Oliveira. Web arte no Brasil. 2000. Disponível em: http://www.fabiofon.com/webartenobrasil. Acesso em 25 de julho de 2024.
Site com artigos, vídeos e levantamentos sobre criações pensadas para a Internet por artistas brasileiros.
PRADO, Gilbertto. Arte telemática: dos intercâmbios pontuais aos ambientes virtuais multiusuário. São Paulo: Itaú Cultural, 2003.
Livro que aborda experimentos artísticos em redes – inclusive antes da Internet – sob o ponto de vista de um dos pioneiros na prática, o artista Gilbertto Prado.
vídeo
BEM WEB ART episódio 1: Lands Beyond, 2020 – Vídeo-resenha da websérie BEM WEB ART sobre Lands Beyond (1997) de Celso Reeks e Thiago Boud’hors.
Depoimento de Bia Medeiros sobre Corpos.org, 2022 – Vídeo com depoimento da artista Bia Medeiros sobre histórico site brasileiro de web arte.